As atividades de ensino-aprendizagem do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Feira de Santana, possuem aderência com as Metodologias Problematizadoras de Base Freiriana.

Para Paulo Freire “Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.

Dessa forma, nossos discentes possuem autonomia e assuem o protagonismo no processo de construção do conhecimento, sendo mediados por docentes que estimulam a análise crítica dos problemas/agravos/riscos/ vulnerabilidades em saúde nos contextos locais, regionais, nacionais e internacionais.

Na obra Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire afirma que “a reflexão, se realmente reflexão, conduz a prática”. Portanto, o processo de construção do conhecimento quer através de projetos de pesquisa e extensão, quer no cotidiano da sala de aula, deve integrar estudantes e professores numa eterna criação e recriação de saberes, e, no caso específico da formação em Saúde Coletiva, buscar envolver também os trabalhadores da saúde e os usuários do Sistema Único de Saúde.

No processo de educação problematizadora idealizado por Paulo Freire a relação educador-educando é essencial. Em toda a sua obra fica explícito a necessidade de uma relação horizontal onde exista um ambiente democrático, dialógico, cooperativo e solidário com o objetivo da construção coletiva do conhecimento e aprendizagem significativa de todos sujeitos envolvidos.

Neste sentido, as Concepções Freirianas se alinham à Formação Interprofissional que estimula o trabalho colaborativo a partir das habilidades e competências dos diferentes profissionais de saúde que interagem e trocam saberes e experiências, respeitando a diversidade de conhecimentos e promovendo um diálogo permanente na busca pela compreensão e resolução dos problemas/agravos/riscos/ vulnerabilidades em saúde.

No PPGSC/UEFS, o diálogo perpassa pelas trajetórias individuais de discentes e docentes, mediados pela práxis da Epidemiologia; Políticas, Planejamento e Gestão em Saúde; e, Ciências Sociais e Humanas em Saúde.

Por fim, não é possível falar de transformação de sujeitos e consciência cidadã, sem um projeto político pedagógico que vise também, a transformação da graduação. Assim, os docentes do PPGSC são estimulados a trabalhar com bolsistas de iniciação científica, em projetos articulados e coordenados por orientadores comuns, ou de um mesmo núcleo de pesquisa. Desse modo, os grupos de pesquisa têm procurado se organizar transversalmente em projetos coletivos, onde um mesmo objeto pode ser pesquisado através de metodologias e componentes curriculares diferentes. São os saberes diversos dialogando para a construção do conhecimento comum, unindo graduação e pós-graduação, com vistas a superar formações muito distintas e construir uma unidade na diversidade.