O marco histórico do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UEFS é o ano de 1995, quando a Profa. Denice Vitória de Brito, diretora do Departamento de Saúde (DSAU) da Universidade Estadual de Feira de Santana, constitui a comissão do “Plano de Implantação do Núcleo de Saúde Coletiva” (NUSC). A proposta do Plano do NUSC era a de que este atuasse como intermediário entre o Departamento de Saúde e outros departamentos da UEFS, pois havia o entendimento de que as atividades de saúde coletiva deveriam agregar saberes de todos os campos disciplinares ao seu alcance. Tratava-se, em verdade, de criar a área de saúde coletiva dentro do departamento de saúde, mas com atuação interdepartamental.

Nos amplos objetivos do plano constava a qualificação profissional em serviços e programas que iam da saúde da mulher, criança, adolescente, idoso, saneamento básico, vacinação continuada, saúde bucal, controle da tuberculose, até as vigilâncias, farmácias básicas e hospitalares, dentre outros. Até a implantação de uma padaria comunitária foi pensada, pois a saúde coletiva parecia abarcar tudo e a comunidade, territorialmente entendida como todos os municípios de abrangência da UEFS.

Ao tratar da pesquisa e ensino de pós-graduação o plano enunciava: “O NUSC adotará a perspectiva da interdisciplinaridade e intersetorialidade para construir seu quadro docente (p.10). […] O NUSC definirá linhas de pesquisa visando aglutinar e disciplinar recursos humanos, materiais e financeiros – evitando assim a dispersão temática e o voluntarismo individualista” (p.11). No item “A formação de Recursos Humanos”, propõem-se junto com os cursos de especialização em Saúde Pública, Administração de Sistemas de Saúde, Medicina e Enfermagem do Trabalho, Direito Sanitário e Enfermagem para o SUS, o Mestrado em Saúde Coletiva (MSC).

Desse modo, no ano de 1996, foram realizados vários concursos para docentes que atuariam em disciplinas de saúde coletiva da graduação e também do MSC, que teve início no ano seguinte. A primeira coordenadora do MSC foi a Profa. Maura Maria Guimarães de Almeida, sendo que a turma inaugural de 1997, voltada principalmente para a formação qualificada dos próprios docentes do DSAU, contou com 12 alunos.

Os primeiros anos do MSC foram difíceis, a segunda turma só aconteceu em 1999. O esforço coletivo do corpo docente fez com que o curso se recredenciasse, por sugestão da consultora e “madrinha”, Profa. Cecília Minayo, dentro do novo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, abrindo espaço para o futuro doutorado. Nessa fase de reconstrução foi criada a Revista de Saúde Coletiva da UEFS, e outorgado o título de Professor Honoris Causa a Jairnilson Silva Paim, em reconhecimento ao apoio dado na implantação do MSC.

Nos anos seguintes, o PPGSC cresceu passando a ofertar em torno de 20 vagas anuais, por meio de seleções sempre concorridas. Em 2004, foi inaugurado o primeiro prédio, com recursos do FINEP, que abrigou, naquele momento, os 04 maiores núcleos de pesquisa: o NNEPA, o NEPI, o NUPISC e o NUPPIIM. Esse foi um período de grande crescimento, com saída de vários docentes para pós-doutorado, com bolsa da CAPES, tanto que a área de saúde coletiva daquela entidade avaliou o PPGSC, no triênio 2004-2006, com nota 4, mas o CTC manteve a nota 3.

Com esta injeção de recursos e uma alma renovada o PPGSC conseguiu ampliar o prédio, também com apoio do FINEP, e abrigar todos os seus 10 núcleos de pesquisa, que são o maior orgulho do programa, equipando-os com o auxílio de editais de infraestrutura da FAPESB, grande parceira da UEFS, além dos recursos captados diretamente pelos núcleos, seja através da própria FAPESB, seja através de outras agências, como o CNPq. Estas conquistas foram resultado do esforço de todo o corpo docente e da dedicação do secretariado. Vieram para o novo prédio, inaugurado em novembro de 2011: o NUSC, o NUCAO, o NIEVS, o NUDES, a SAAEE e o NUPES. Sendo que estes três últimos foram formados a partir do crescimento de núcleos mais antigos e consolidados. O trabalho de docentes do PPGSC resultou também na implantação do Mestrado Profissional de Saúde Coletiva, que passa a funcionar de forma autônoma, a partir de 2011.

Entre 1997 e fevereiro de 2025, a UEFS titulou 398 mestres em Saúde Coletiva – formato acadêmico, inicialmente através do MSC e posteriormente pelo PPGSC. A formação de mestres impulsionou fortemente o desenvolvimento da pesquisa científica e produção bibliográfica/técnica consolidou a área da Saúde Coletiva na UEFS e sua influência positiva na formação profissional e melhoria da qualidade do cuidado no SUS. Esse percurso, balizado pelo conjunto de esforços do corpo docente, discente, pessoal técnico-administrativo e gestão central da universidade, foi reconhecido pela CAPES ao atribuir, na avaliação trienal (2010-2012), o Conceito 4, permitindo o envio da proposta do Curso de Doutorado, aprovado, em 2015, e implantado, em 2016. O curso de doutorado titulou até fevereiro de 2025, um total de 68 doutores. Atualmente o PPGSC/UEFS possui Conceito 5 da CAPES.